Ensina-nos a contar nossos anos!
"Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio" (Salmo 90.12)
O texto bíblico, que vem no cabeçalho deste artigo, foi escrito por Moisés, em uma oração. Ele pede a deus para que ensine a ele e ao seu povo o valor dos dias por eles vividos sobre a face da terra.
Na década dos anos oitenta eu ouvia um narrador de futebol que me encantava com seu jeito de falar, seu nome era Fiori Giglioti, que tinha vários bordões, sendo esse o que mais ficou gravado em minha memória: "E o tempo passa…,torcida brasileira"! Ele tinha razão. O tempo passou para ele, no dia 8 de junho de 2006, ele partiu. O tempo passa para todos nós, hoje somos e amanhã já não seremos mais. Tiago escreve na sua carta, conhecida como “carta circular”: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece” (Tiago 4.14). Realmente a vida passa como passa uma neblina. Por isso precisamos entender o nosso tempo aqui na terra. Se tivermos sorte, viveremos oitenta, noventa, ou com muita sorte, uns cem anos. Parece muito, mas não são. Pregunte a alguém que chegou aos oitenta e você certamente ouvira: passou muito rápido. Penso eu, o que faz valer a pena vivermos uma vida inteira. O que vale a pena é viver uma vida consciente de que ela é finita aqui na terra.
Nas minhas experiências com pessoas descobri que tem gente com oitenta que vive com espírito de trinta e gente com vinte que vive como alguém que tem cem. Tudo é uma questão de saber viver. Quanto a mim, procuro fazer a oração de Moisés, pedindo a Deus que me ensine a contar de forma inteligente os meus dias.
Quando eu ficar velho, não quero ficar triste com os dias passados, quero agradecer por cada minuto da minha vida como se fosse o único que eu tinha. Quero agradecer a Deus por todas as pessoas com quem eu me encontrei e convivi e a tudo que me aconteceu, de bom e de ruim, pois pessoas e fatos serviram para eu crescer um pouco mais e fazer chegar aonde cheguei.
Rubem Alves, o ilustre educador que já sentiu perfume de flores em mais de setenta primaveras, em seu livro intitulado Mansamente Pastam As Ovelhas, escreveu o seguinte:
“Balançar é o melhor remédio para a depressão. Quem balança vira criança de novo. Razão por que eu acho um crime que nas praças públicas só haja balanços para crianças pequenas".
Pense nisso:
Há muitos que são jovens na idade, mas esclerosados nos sentidos.